Pré-Flip carioca terá debates, projeção de ópera, curta-metragem e encenação de obra de Euclides da Cunha
Professora Associada de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da UFRJ, Anelia Pietrani é organizadora de “Euclides da Cunha Presente e Plural” (Eduerj), que reúne textos que analisam a vasta obra do escritor. Dedicada a estudos de gênero, analisará a presença feminina nos seus livros. Sob a mediação de Fernanda Diamant (cocuradora do evento e curadora da Flip), ela debaterá com a escritora Anabelle Loivos, também professora associada da UFRJ e coautora de “Euclides da Cunha: ‘da face de um tapuia’” (Nitpress). A obra, escrita com Luiz Fernando Conde Sangenis, joga luz sobre a vida e obra do escritor na perspectiva dos seus conterrâneos do município de Cantagalo, Região Serrana do Rio.
Outro destaque da programação é a projeção audiovisual da ópera “Piedade”, de João Guilherme Ripper, que estará presente no evento e comentará o trabalho. O espetáculo – que circulou por Rio, São Paulo e foi a primeira ópera brasileira a se apresentar no Teatro Colón, na Argentina – aborda o escândalo que resultou na morte de Euclides da Cunha, ocorrida no bairro carioca que dá título à obra.
Também haverá a exibição de “A Matadeira”, premiado curta-metragem de Jorge Furtado. O documentário produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre aborda o Massacre de Canudos, que pôs fim ao conflito acompanhado pelo jornalista Euclides da Cunha na condição de correspondente do jornal O Estado de S. Paulo e que foi parar nas páginas de “Os Sertões”.
Ao longo do dia, o ator Leonardo Netto realiza intervenções cênicas. O artista, que mais recentemente atuou em espetáculos como “Corte Seco”, “Freud – A Ultima Sessao”, “Conselho de Classe” e “A Santa Joana dos Matadouros”, encenará trechos do livro-reportagem que colocou Euclides no panteão dos escritores brasileiros.
13h30 – 15h30 – Mesa 1: Os sertões e um Brasil de ontem pelos olhos de hoje
Com Anelia Pietrani e Anabelle Loivos – Mediação: Fernanda Diamant
Em seus livros sobre o Brasil, Euclides da Cunha fundou e desenvolveu uma teoria sobre a nação. Como podemos lê-lo hoje? Nesta sessão, as duas professoras discutem as possibilidades de leitura de Euclides da Cunha num país que permanece marcado pela desigualdade, e levantam questões sobre como ler Euclides numa sala de aula, e quais passagens precisam ser feitas diante do distanciamento histórico que nos separa dele.
15h30 – 15h50 – Exibição do curta “A Matadeira”
SINOPSE: Canudos foi uma pequena aldeia no nordeste do Brasil, fundada pelo líder messiânico Antônio Conselheiro e massacrada por um poderoso exército até a morte do último de seus 30 mil habitantes, em 5 de outubro de 1897. O filme conta o massacre de Canudos a partir de um canhão inglês, apelidado pelos sertanejos de “A MATADEIRA”, que foi transportado por vinte juntas de boi através do sertão para disparar um único tiro. Prêmios
16h20 -16h35 – Intervenção cênica – Leonardo Neto
16h40 – 18h30 – Mesa 2: Entre o relato e a criação
Com Leopoldo Bernucci e Luiz Costa Lima – Mediação: Fernanda Diamant
Como ler o Brasil através da literatura nacional? Neste encontro, dois dos maiores críticos literários brasileiros se encontram para discutir a obra de Euclides da Cunha e os cruzamentos que ela mesma atravessa entre ficção e história. Pelos instrumentos da teoria literária, Luiz Costa Lima e Leopoldo Bernucci conduzem esta conversa sobre poética e política.
18h30 – 19h45 – Exibição da ópera “Piedade” seguida de conversa com o autor
Com João Guilherme Ripper
João Guilherme Ripper, atual diretor da Academia Brasileira de Música e compositor e autor da ópera “Piedade”, que tem Euclides da Cunha como personagem principal, irá contar sobre a criação da ópera e os episódios de Canudos e o confronto com Dilermando de Assis que levou à morte do escritor.
SERVIÇO
Pré-Flip 2019. Rua Marques de Abrantes, 99, sede do Sesc no Flamengo, Rio de Janeiro. Dia 2 de julho de 2019 – 13h. Entrada franca.