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2024-07-27

História

Historia

Paraty é um pedacinho do passado brasileiro, que nos remete ao período colonial, através de suas fortificações, ruas, casarões preservados e sua cultura. A história de Paraty é marcada por importantes acontecimentos ao longo dos séculos, como a participação nos ciclos da cana, do ouro e do café. A partir de agora, você é nosso convidado especial para relembrar toda esta trajetória, que levou Paraty a se tornar um Patrimônio Histórico Nacional.

Povoamento

As terras em que hoje a cidade de Paraty se encontra, eram ocupadas na época do descobrimento pelos índios Guaianás, e logo depois pertenceriam à Capitania de São Vicente. A trilha aberta pelos Guaianás ligando o litoral ao interior do Brasil atraíram os colonos da Capitania de São Vicente, que no século XVI iniciaram o povoamento de Paraty em um morro próximo à foz do Rio Perequê-Açu. Ao se instalarem neste morro, surgiram as primeiras construções em Paraty de que se tem notícia, incluindo a capela de São Roque, padroeiro deste povoado na época. Em 1646, o povoado transferiu-se para um local maior e plano, entre os rios Perequê-Açu e Patitiba, onde se desenvolveu e deu origem ao atual Centro Histórico. Este novo local fora doado por Dona Maria Jácome de Melo, sob duas condições: a primeira, de que se edificassem uma capela sob invocação de Nossa Senhora dos Remédios a quem era devota, e a outra, que não se molestassem os índios que aqui viviam. A partir daí o morro do núcleo de São Roque passou a se chamar Morro da Vila Velha.

Com o rápido crescimento e desenvolvimento deste povoado, várias rebeliões aconteceram com o intuito de tornarem-se independentes da Vila de Nossa Senhora da Conceição da Ilha Grande, hoje Angra dos Reis, à qual se submetiam. Num ato de rebeldia sob liderança do paratiense Capitão Domingos Gonçalves de Abreu, reivindicaram diretamente ao Capitão Mor da Capitania de São Vicente a elevação do povoado à categoria de Vila, e em 28 de fevereiro de 1667 o Rei Afonso VI de Portugal deu reconhecimento à causa, e através de Carta Régia concedeu o título de Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty.

O ciclo do ouro

Com a descoberta do ouro na região das Minas Gerais, e sendo a trilha dos Guaianás o único caminho para se chegar às minas, Paraty destacou-se rapidamente atraindo muitos portugueses e outros estrangeiros. Em 1660, por ordem oficial do Governador Geral Salvador de Sá e Benevides, foi construído o primeiro trecho da Estrada Real conhecida como Caminho do Ouro, e ligava Paraty a Ouro Preto. O trecho se estendia por mais de 1.200 km e eram percorridos em aproximadamente 95 dias de viagem. Com o passar dos anos, este caminho foi recebendo melhorias para facilitar o deslocamento, e por muito tempo foi a principal rota do ouro e fonte de enriquecimento de Portugal. Instalou-se então em Paraty um porto de escoamento do ouro para Portugal.

Apesar da infraestrutura existente ao longo do caminho e da excelente fortaleza instalada em Paraty, os portugueses estavam receosos de sofrer ataques piratas no trecho marítimo entre Paraty e Rio de Janeiro. Então, em 1707, o bandeirante Garcia Rodrigues Paes, filho de Fernão Dias, concluiu a construção de um novo caminho que ligava o Rio de Janeiro diretamente à Vila Rica (como era chamada Ouro Preto), eliminando assim a rota marítima por Paraty. Com isso, reduziu-se o tempo percorrido para se chegar às minas, passando a ser concluído em apenas 30 dias. Neste momento, Paraty sofria seu primeiro declínio.

A partir do século XVII, com o fomento do cultivo da cana-de-açúcar, Paraty passou a ser famosa pela produção artesanal de cachaça. Por volta de 1863 chegou-se a registrar a existência de 12 engenhos de cana e 150 alambiques.

Seu porto marítimo continuou sendo importante até o fim do século XIX, servindo de parada quase obrigatória para os que vinham da Europa. Companhias líricas europeias vinham se apresentar no teatro de Paraty, que também recebeu atores nacionais como João Caetano.

O ciclo do café

Com o ciclo do café, Paraty passa a ter uma participação muito grande no escoamento do café produzido no Vale do Paraíba para a Europa. O caminho velho que antes fora utilizado para transporte do ouro, nos séculos XVIII e XIX deu lugar ao café. Em 1844, por meio de um Decreto de D. Pedro II, Paraty foi elevada à categoria de cidade.

Mas, uma nova tragédia se aproximava. A chegada da ferrovia à Barra do Piraí em 1864 e em Guaratinguetá em 1877 fez com que o caminho velho fosse abandonado, e o café passou a ser escoado em outros portos da época. Logo mais, com a abolição da escravatura e o êxodo dos trabalhadores rurais, houve um colapso na economia e Paraty foi abandonada como rota de comércio, entrando num longo período de decadência que perdurou por aproximadamente 100 anos. Muitos habitantes também abandonaram a cidade, migrando para outros municípios próximos em busca de uma vida mais próspera.

O ciclo do Turismo

Somente em meados do século XX que Paraty retoma seu desenvolvimento através do Ciclo do Turismo, que se tornou a principal fonte de renda e base da economia local. Com a reabertura da estrada Paraty-Cunha em 1954, que a ligava ao Estado de São Paulo, e a abertura da BR-101 na década de 1970 que liga Rio de Janeiro a Santos, a cidade foi redescoberta e tornou-se um polo de atração turística. Em 1958 o conjunto histórico de Paraty foi tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Hoje a cidade tem sua vocação principal no Turismo, recebe dezenas de eventos anualmente, e tornou-se um dos principais polos turísticos do Brasil. Paraty se destaca não só pela sua rica cultura, mas também pelas riquezas naturais e sua excelente gastronomia e vida noturna. Venha descobrir os encantos de Paraty!

Realização

Prefeitura de Paraty

Patrocínio

Eletronuclear

Parceria

Jet

Desenvolvimento

Opera2