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2025-02-03

Mimo Festival faz 15.ª edição modernista e sem barreiras

Mimo Festival faz 15.ª edição modernista e sem barreiras

Shows e exposição em Amarante, no norte de Portugal, deixa boas imagens para posteridade do evento

 

AMARANTE, Portugal — Os artistas portugueses expostos no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, às margens do Rio Tâmega, pareciam ter dialogado com os músicos que subiam ao palco do Parque Ribeirinho ou no páteo interno da casa com a mesma intenção modernista, ainda que ninguém estivesse ali sob rótulo algum. Na tela, Julio de Almada Negreiros (1893-1970) fazia saltar um menino carregador de vinhos de rosto quente e alaranjado, de uma luz arrebatadora mas de corpo disforme pelo cubismo de Picasso. No palco, a cantora da Mauritânia Noura Mint Seymalie seus três músicos desfiguravam as matrizes do blues norte-americano para apresentá-lo em sua origem, oeste-africano, esculpido pelas escalas árabes de Noura e pela guitarra crua de Jeich Ould Chighaly. Na tela, Paula Rego mostrava os conflitos de uma Rainha Santa Isabel em traços coloridos e muita angústia, traindo a placidez e a benevolência dos santos. No palco, o português Rui Veloso fazia sua tradução do lamento fadista sob o conforto de solos de guitarras monumentais, traindo a fúria do rock and roll que lhe deu forma. Só atingiria a festa, como ensinaram os modernistas, quem primeiro passasse pela dor.

 

Saiba+
https://www.terra.com.br/diversao/musica/mimo-festival-faz-15-edicao-modernista-e-sem-barreiras,086d3f46fee8be00276ee551291299d08bmq5a9m.html

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