Ciclo da Autora Homenageada acontece no Rio de Janeiro
Voltado para o público interessado em aprofundar-se na obra da Autora Homenageada da Flip 2018, o Ciclo Presença de Hilda Hilst, que teve início no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo em junho, realizará quatro encontros no Sesc Rio nos dias 28 e 29 de junho. As mesas serão realizadas na sede do Flamengo (Marques de Abrantes, 99). A entrada é gratuita e limitada (serviço abaixo).
Participam do Ciclo da Autora Homenageada no Rio os escritores Italo Moriconi, Eucanaã Ferraz, Jurandy Valença, Carola Saavedra, Ana Chiara e Carla Rodrigues. A artista plástica Olga Bilenky – que foi amiga de Hilda Hilst e hoje vive na Casa do Sol, sede do Instituto dedicado à escritora – e a pesquisadora Marina Costin Fuser, estudiosa de sua obra, também fazem parte da série de encontros.
As mediações das mesas serão realizadas por Joselia Aguiar, curadora da Flip 2018, e pelos jornalistas Guilherme Freitas, Sergio Cohn e Mariana Filgueiras. A atriz e diretora de teatro Isabel Cavalcanti fará intervenções poéticas.
Para participar, ligue: 21 4020-2101.
Programação
28.06 – 15h – Um lugar para Hilda Hilst
Enquanto esteve viva, Hilda Hilst publicava por editoras de pequeníssimo porte e era conhecida apenas entre um público bastante restrito. Uma década e meia após sua morte, passou a circular por grandes casas editoriais e tornou-se objeto de um número crescente de dissertações e teses em universidade de todo o país. Sem deixar de exigir o mesmo esforço do leitor, parece alcançar níveis de popularidade inéditos: é comentada na internet e lida nos saraus da periferia. Esse debate, que reúne um poeta e um ensaísta atentos à cena da poesia brasileira contemporânea pretende levantar hipóteses sobre o lugar que ocupou e ocupa hoje Hilda Hilst.
Abertura: Intervenção poética de Isabel Cavalcanti
Italo Moriconi
Eucanaã Ferraz
Mediação: Joselia Aguiar
28.06 – 17h30 – Hilda Hilst e a Casa do Sol
Em fins da década de 1960, Hilda Hilst deixou a capital paulista para instalar-se numa chácara em Campinas. Tinha lido “Carta a El Greco”, de Nikos Kazantzakis, e concluíra que era preciso se afastar da agitação do grande centro para, em solidão e perto da natureza, dedicar-se exclusivamente à sua obra. Dois amigos que conviveram com a autora neste lugar onde ela acabou por residir durante quatro décadas relembram sua rotina de vida e escrita, as leituras e conversas compartilhadas, os hábitos e excepcionalidades, os animais, as plantas e os objetos que a cercavam.
Abertura: Intervenção poética de Isabel Cavalcanti
Jurandy Valença
Olga Bilenky
Mediação: Mariana Filgueiras
29.06 – 15h – Quem tem medo de Hilda Hilst?
Hilda Hilst construiu uma obra em poesia, teatro e prosa de feição complexa, e não raro a consideravam hermética. Enfrentava temas difíceis, como Deus e a morte. A certa altura, passou a fazer livros pornográficos, como o Caderno Rosa de Lori Lamby, o que causou certa repercussão na imprensa e no entanto afastou mesmo críticos que a elogiavam, como o sempre fiel Leo Gilson Ribeiro. Em sua obra podem ser buscadas interpretações sobre a relação com o pai, o feminino, a loucura, a animalidade. Na mesma medida em que é perturbadora, permite uma variedade de abordagens.
Abertura: Intervenção poética de Isabel Cavalcanti
Carola Saavedra
Ana Chiara
Mediação: Sergio Cohn
29.06 – 17h30 – Hilda Hilst era feminista?
Hilda Hilst era leitora de Sor Juana Ignez de La Cruz e de Simone de Beauvoir. A sua trajetória desafiou os limites do que se esperava de uma mulher em seu tempo, e construiu uma obra que pode ser entendida hoje numa chave feminista, embora ela mesma, em textos ou entrevistas, por vezes emitisse sinais contraditórios, numa quase recusa ao feminino. Nesse debate, uma especialista em Hilda Hilst se junta a uma especialista em estudos feministas para tratar da especificidade da autora e sua obra no quadro dos debates de gênero hoje no país e no mundo.
Abertura Intervenção poética: Isabel Cavalcanti
Carla Rodrigues
Marina Costin Fuser
Mediação: Guilherme Freitas