Brasil integra comitê da Unesco que analisa patrimônios mundiais
País terá vice-presidência da comissão e pedirá reconhecimento do valor cultural e natural de Paraty
RIO — O Brasil ocupará este ano a vice-presidência do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Os 21 países-membros da comissão vão se reunir no próximo domingo em Bahrein. Na pauta do encontro está a análise de pedidos de reconhecimento de sítios mundiais. Em 2019, o órgão debaterá se o título de patrimônio mundial pode ser dado a Paraty.
A Unesco conta hoje com 1.073 bens na lista do Patrimônio Mundial, distribuídos por 167 países. Os governos devem propor a inscrição de sítios na Unesco e zelar por sua proteção. Cinquenta e quatro estão na lista de Patrimônio em Perigo.
— Um patrimônio deve ser visto como uma oportunidade para o desenvolvimento de um país. As ações culturais promovidas nestes bens podem criar empregos e promover a distribuição de renda — explica Marcelo Brito, diretor de Cooperação e Fomento do Iphan e membro da delegação brasileira na Unesco. — Mas há nações que empreendem iniciativas que colocam em risco a integridade de uma região. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Santuário do Órix-árabe, que foi degradado com a ação de petrolíferas.
O Brasil, que tem 21 patrimônios mundiais, se comprometeu a investir R$ 1 milhão na reforma de um deles, a Igrejinha da Pampulha. O monumento mineiro projetado por Oscar Niemeyer foi o primeiro a receber o tombamento como patrimônio nacional, ainda em 1947. Na lista da Unesco também figuram, entre outros, o Cais do Valongo (Rio), o Parque Nacional do Iguaçu, reservas da Mata Atlântica e do Cerrado e os centros históricos de Goiás, Diamantina, Ouro Preto, Olinda, São Luís e Salvador.
Cada país pode lançar a candidatura de um bem para integrar a lista de patrimônio da Unesco. Em 2019, o Brasil espera que o reconhecimento seja dado a Paraty, devido ao seu valor natural e cultural.
— No ano que vem, vamos oficializar a candidatura do Sítio Roberto Burle Marx, na Zona Oeste do Rio, e esperamos que ele seja reconhecido pela Unesco em 2020 — revela Brito. — Depois será a vez do conjunto das fortificações brasileiras, formado por 19 fortes e fortalezas presentes em dez estados, que tiveram importância na definição das fronteiras marítimas e fluviais do país.