PARATY – O Bourbon Festival Paraty 2019, que ocupou a cidade de sexta (10) a domingo, manteve a tradição de oferecer um leque variado de atrações. Começou com o brasileiríssimo Zeca Baleiro, acabou com o tradicional pianista americano Kenny Barron — atração de jazz mais célebre da programação.
![Clarence Bekker no palco da Praça da Matriz Foto: Divulgação](https://ogimg.infoglobo.com.br/in/23662981-c89-850/FT1086A/652/xClarence2.JPG.pagespeed.ic.CETSy4PzHS.jpg)
Os ingredientes latino-americanos deram as caras com o grupo cubano-brasileiro Mani Padme e os mexicanos do Dantor — que, de passagem pelo país, foram incorporados à programação de última hora. Ambos conseguiram atrair a atenção do público que espalhava cangas pelo palco Santa Rita, na frente de uma das mais tradicionais igrejas da cidade.
Teve espaço também, claro, para muito Brasil instrumental na veia, com trios afiadíssimos como o formado por Toninho Ferragutti (acordeon) , Fábio Ferroni (bandolim) e Edu Ribeiro (bateria), no sábado; e Carlos Bala (bateria), Celso Pixinga (baixo) e Faíska (guitarra), no domingo.
Público que se renova
Buscando maneiras de se manter com dignidade num ano particulamente complicado para os eventos culturais no Brasil, a 11a edição do festival — que não tem patrocínio externo, conta com verba da prefeitura e produção da casa Bourbon Street, em São Paulo — pode não ter conseguido trazer nomes tão consagrados como em anos anteriores. Mas pode se gabar de ter um público fiel, que vai dar as caras de qualquer maneira. E mais: se renova a cada ano. A cidade estava lotada, em clima de família (surfando ainda no domingo dia das mães), mas também com espírito noturno para ninguém botar defeito.
Logo mais, à noite, era possível testemunhar a mesma Bebe fazendo participação especial no show-bailão de Clarence Bekker (do grupo Playing for Change), principal atração do sábado. E, no dia seguinte, ouvir o vozeirão de Clarence, dessa vez em modo intimista, pelas ruas fazendo participação em um dos cortejos da Orleans Street Jazz Band.
A programação agradou ao público que parecia misturar cariocas e paulistas em doses aparentemente homogêneas.