APOCALIPSE
Fotografias de Augusto Cezar
Exposição abre em 9 de março, no pátio e no Café Cultural
O fotojornalista Augusto Cezar estruturou sua carreira como desenhista de arquitetura. Assim, sempre observou e admirou os efeitos causados pela luz nos objetos, nas edificações e nas pessoas. Por meio da fotografia, encontrou o caminho para esboçar sua forma de ver a vida e seus sentimentos em relação ao mundo, passando a “desenhar” com a máquina fotográfica.
Frequentador da cidade de Paraty, deparou-se com “Bloco da Lama”. O movimento, além de cultural e popular, tem uma abordagem ambiental, usando a alegria e a criatividade em defesa da preservação dos mangues da região. Convidado a acompanhar e realizar o registro fotográfico do Bloco, reuniu o resultado da cobertura em uma série de imagens, que deram origem a mostra “Apocalipse”.
A exposição se baseia em duas vertentes: a primeira, servir de registro fotográfico de uma manifestação cultural do Carnaval de Paraty, resgatando nas imagens, nos contrates de luz e sombras, a grandiosidade e alegria explícitas nas apresentações do bloco. A segunda segue o cunho de denúncia ambiental, somando aos esforços dos organizadores e participantes do Bloco, um registro fotográfico que traz a mensagem da urgência no reposicionamento da relação do ser humano junto ao meio ambiente.
O título Apocalipse, portanto, carrega o sentido de urgência e reforça a idéia de que, lentamente, o homem está caminhando para uma armadilha criada por ele mesmo e por seu descaso frente ao Universo. À primeira vista, as imagens parecem remeter a uma dança pré-histórica, mas aos poucos pode-se ver, no meio do povo da lama, a alegria estampada no rosto dos homens, mulheres e crianças, a satisfação de estar coberto com a manta da natureza e protestando a seu favor.