Mostra faz parte do projeto Velotrol, ação cultural realizada pelo Sesc Paraty; exposição termina no próximo dia 08 de julho
Oferecer um espaço para exposições temporárias individuais, divulgar e incentivar o trabalho artístico de jovens talentos de Paraty, esse é o projeto Velotrol, ação cultural realizada pelo Sesc Paraty.
De acordo com Daniel Ferenczi, técnico de Artes Visuais do Sesc Paraty, ao longo do ano a entidade oferece oficinas e palestras, além de uma exposição individual de um artista local, as atividades são voltadas para o público jovem. A partir de critérios estabelecidos, como ser nascido ou radicado em Paraty, ser um artista inédito e nunca ter feito uma exposição individual, o trabalho é selecionado para participar.
– O projeto funciona através de ações de formação, com oficinas e palestras, e fruição artística, com as exposições individuais – explica Daniel.
Em sua quinta edição, o projeto já apresentou trabalhos como as pinturas de Leo Amorim na mostra Exposição + ARTE, em 2014; as cerâmicas de Felipe Alcântara, na exposição Ibiporã, em 2015; fotografias de Gui Sena, em 2016; e Phelipe Paraense com Apague a Luz Por Favor, o ano passado. Além das exposições, a ação oferece oficinas e palestras.
Para 2018, chegam as obras de Davi Cananéa: respaldadas pela tradição do papel machê, mas pesquisando as novas possibilidades da argila, do lápis e da tinta acrílica. Em sua primeira exposição, o artista de 31 anos promete revelar uma outra faceta de Paraty: os personagens que vivem perambulando no “Bloco Assombrosos do Morro”, assustando os brincantes no Carnaval, trazendo uma particularidade paratiense a essa manifestação cultural. Como filho do Mestre Jubileu, tem grande conhecimento na tradicional arte da papietagem, na construção de máscaras e bonecos que “assombram” o Carnaval de Paraty.
Davi Cananéa frequenta o Bloco Assombrosos do Morro desde que se conhece por gente, mas sua obra transcende a arte do papel machê e se reinventa em desenhos, tinta acrílica, cerâmicas e grafites. Suas referências são contemporâneas e extrapolam os limites de Paraty, como a Arte Fantástica do polonês Zdzisław Beksiński e o movimento pop surrealista, mas sem pretensões intelectuais.
– O Davi Cananéa apresenta um trabalho consistente que permeia as técnicas tradicionais de Paraty, como a cerâmica e o papel machê, mas com um repertório autoral, diferenciado. O Sesc fez o convite e ele topou o desafio de produzir obras novas, específicas para esta empreitada – conta.
Ainda segundo Daniel, o artista é representante dos movimentos da cerâmica e do papel machê. Dedica-se, junto com a sua família, do tradicional bloco “Assombrosos do Morro”, que se apresenta nos carnavais da cidade com bonecos gigantes.
– Davi constrói personagens fantásticos, viscerais, que estão presentes no âmago do artista. Além disso, produz intervenções artísticas na cidade, como grafites, e recentemente, por conta da mostra Visceral, se dedicou a pintura em tela. Nós entendemos que através do seu trabalho, ele é uma figura capaz de aproximar o público jovem ao Centro Cultural, um dos motivos pelos quais ele foi o escolhido para estar nesta edição do projeto – destaca.
Serviço:
A exposição Visceral, de Davi Cananéa, pode ser conferida até 08 de julho, de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h. Na Unidade Sesc Santa Rita (Rua Dona Geralda, 15, Centro Histórico), com entrada gratuita.
Por: Amanda Teixeira – amandateixeira@diariodovale.com.br
http://diariodovale.com.br/lazer/a-arte-visceral-de-davi-cananea/