A literatura infantil tem um papel importantíssimo: formar adultos leitores! É, ainda, ferramenta fundamental para a diminuição das desigualdades e para a construção de um presente cada vez melhor de se viver. E, num ano completamente diferente, não poderia ser diferente: o livro ganha ainda mais valor e assume o papel de amigo, de companhia possível e desejada em tempos de isolamento social. Desde 2003, o Educativo Flip assume a responsabilidade de facilitar o acesso dos moradores de Paraty a autores, acervos e atividades relacionadas à leitura, durante a Flip, com a programação da Flipinha e FlipZona, e, ao longo do ano, com a Biblioteca Comunitária Casa Azul.
Apesar de distantes e sem a possibilidade de armar a tenda colorida da Central Flipinha na Praça da Matriz, unimos esforços para continuar promovendo brilhos nos olhos e gerando interesse pela magia do texto que ganha vida a cada nova história contada. De 24 a 27 de novembro, teremos sete mesas com catorze autores conversando entre si e muitas pessoas conectadas. Não temos contato físico, mas aumentamos nosso raio de alcance. A Flipinha é muito sapeca! Vamos chegar com música, travessura e cheia de graça como ela só; mostrando um pouco da cultura de Paraty, que é onde ela nasceu e cresceu.
Atentos ao desejo de que a Flipinha seja cada vez mais participativa e diversa, a curadoria desta edição foi feita por uma comissão formada por oito educadores de Paraty: Clarissa Freitas, Gabriela Gibrail, Gabriela Roza, Iaci Sagnori, Licio Caetano do Rego Monteiro, Nina Silva, Rita Lima e Thalita Aguiar F. da Silva. A programação desenhada por essas dezesseis mãos destaca a importância da superação dos preconceitos, da autoestima das crianças e dos jovens, assim como do território que a gente habita, do próprio corpo, do brincar, da liberdade e do fazer literatura na cara e na coragem, de forma independente.
A Central Flipinha cheia de atividades e a Praça da Matriz tomada por Pés de Livro são uma experiência que não se substitui. Não se substitui o que a pele sente pelo que os olhos vêem, não se transporta o vento, o chão, a presença física das pessoas para uma tela de computador ou celular. Mas tem algo que, sim, podemos manter, ou mesmo ampliar, quando nos aventuramos pelas possibilidades virtuais: as trocas entre as pessoas – e isso tem um valor imenso! Nos demos conta que a distância física não é mais barreira e que podemos nos encontrar com mais frequência e de novas formas.
Movidos por esta aproximação que o online traz, criamos para esta edição um percurso participativo em que se entrelaçam autores, obras, professores e alunos. A ideia começou com a mobilização da rede de ensino de Paraty em torno da vida e obra de cada um dos autores, por meio de livros, vídeos e áudios, feitos por cada um dos convidados; a partir daí, atividades pedagógicas foram desenvolvidas pelos educadores com seus alunos usando como suporte este material; em seguida, a devolutiva dos alunos e educadores em forma de perguntas gravadas que serão exibidas durante as lives da programação da Flipinha.
A apresentação das “mesas literárias” – que é como chamamos nossos encontros para falar com os autores sobre os livros que eles escrevem – será feita por uma atriz paratiense que adora brincadeira e é craque no improviso. É nosso jeito de mostrar um pouco da nossa cultura, dos nossos modos de viver, fazer e brincar em Paraty.
Convidamos então vocês, não interessa em que cantinho deste mundo de meu deus estejam nos dias da Flipinha, a se juntarem ao nosso bate-papo virtual! Vai ter festa? Vai, sim senhor! E é festa literária!!
Belita Cermelli
Diretora de Cultura e Educação da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty